Feira de São Joaquim, em Salvador: peculiar amálgama de exuberância e decadência

Março 2014

Feira de São Joaquim Salvador

Fazia tempo que eu queria conhecer a Feira de São Joaquim. Trata-se da maior feira livre de Salvador, de onde é impossível sair indiferente. Estive ali por cerca de uma hora (o que é muito pouco se considerarmos seu tamanho), em constante estado de assombro.

As instalações são imundas e cheiram mal. Mas, em todo canto, havia beleza esbarrando na feiura, brotando no meio da desordem, ainda que, muitas vezes, sob o véu do estranhamento. Falo do inebriante colorido das pimentas, das frutas, das garrafas de dendê, das montanhas de camarões secos. Dos detalhes da própria arquitetura do lugar - a sujeira e o descuido desbotam, mas não escondem o belo piso de parte da feira e os azulejos que cobrem as paredes de algumas bancas. Das pessoas que povoam o mercado. Da mistura do sagrado com o mundano, tão presente em Salvador e que a feira tão bem sintetiza.

Sentimentos conflitantes me acompanharam ao longo da visita. Ora me impressionava com a riqueza cultural que se manifesta ali, ora me entristecia com o abandono que devora aqueles corredores e as vidas que os habitam. A feira resume o Brasil, um retrato lindo e triste do que somos.

O peculiar amálgama de exuberância e decadência revelava, a cada passo, cenas que capturariam mesmo o olhar mais desatento. As fotos estavam todas ali, prontas. Meu único esforço foi enquadrar e clicar. 

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim

Feira de São Joaquim Salvador

Feira de São Joaquim Salvador

 

Feira de São Joaquim – Avenida Engenheiro Oscar Pontes s/n (estacionamento em frente à feira, na altura do nº 335 da Avenida Jequitaia)

por: Julien Mercier em 25-03-2014
Constance,
Um dia gostaria ter seu talento para colocar em palavras meus sentimentos, nesse caso exatamente iguais aos seus. A feira é uma feiura bonita, ou uma beleza feia. Representa o Brasil com todas suas qualidades ao lado dos seus maiores defeitos. Parabéns pelo lindo texto... Bjs
por: Constance em 25-03-2014
Obrigada, Julien. O Brasil é mesmo um país de grandes contrastes e neles, muitas vezes, reside o que temos de pior e de melhor.
por: Maria das Graças de Freitas Rosa em 25-03-2014
Constance, não fui a essa feira porque chovia e muito. Diante do seu relato fico imaginando como seria em um dia de chuva. Uma pena!



por: Constance em 25-03-2014
Oi, Maria. Quanto tempo. Sabe que me lembrei de você nesta feira? Me perguntei se você já teria estado ali... Beijos.
por: Thais Ferreira em 04-05-2015
Seu relato é fantástico. Mas se soubesse para onde levam aqueles corredores que mais parecem labirintos, aí sim veria que tem muito mais de mundano do que de sagrado na feira. É uma estampa triste de um Brasil esquecido!
por: Sandra Damasceno Moreira em 30-05-2016
Exuberante mesmo!
Uma mistura de ritmo, cores, cultura e comidas.
Isso não pode acabar! Esta feira é peculiar!
Parabéns
por: Stela Maria Suzart em 07-05-2017
Bem ,a feira de São Joaquim retrata parte de nosso Brasil,porém há relatos de menos sujeira em outras épocas .Uma das coisas que me atrai na feira é a sua diversidade.
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