Na abertura de um dos episódios da ótima série Cooked, inspirada na obra de Michael Pollan, vê-se uma senhora marroquina acomodada no chão de sua sala a sovar o pão de cada dia, enquanto soam na tela suas palavras: “É impossível viver sem pão. O pão é o mesmo que...
Não costumo falar sobre hotéis aqui. É tarefa que deixo pra jornalistas de turismo e especialistas nesta área porque evidentemente têm condições de cumpri-la segundo método e critério que eu jamais alcançaria.
Eventualmente me permito esboçar algumas linhas a respeito do assunto, apenas quando se trate de lugares que, mais do...
[...] ainda há um Brasil bom que a gente desperdiça de bobagem, um Brasil que a gente deixa para depois, e entretanto parece que vai acabando; [...]. Só de repente a gente se lembra de que esse Brasil ainda existe, o Brasil ainda funciona a lenha e lombo...
Imagino quanto se tenha modificado a capital uruguaia desde que Jorge Luis Borges escreveu o poema Montevidéu. Mas, de alguma forma, na atmosfera de suas ruas e no gestual de seu povo ainda é possível vislumbrar a "porta falsa no tempo", a tal cidade que mira o passado a que...
Ao olhar os preços no cardápio do El Garzon, é possível que você tenha vontade de ir embora. Se conseguir abstrair as cifras, há de encontrar bons motivos pra não se arrepender de ter ficado.
Na praça central de Pueblo Garzón, lugarejo perdido no tempo, Francis Mallmann arquitetou um...
Pra onde quer que se olhasse, só havia a amplidão do campo. Embora não se enxergasse o mar, ele estava logo ali, a quinze minutos de carro. Gastávamos as horas percorrendo estradas em que quase não se via gente. Perto do anoitecer, caminhadas na praia. Às vezes, invertíamos: mergulho no...
No apagar das luzes de dezembro, uma despretensiosa visita à Casa Cavé, histórica confeitaria no Centro do Rio de Janeiro, me rendeu um dos melhores momentos à mesa em 2015.
Pastéis de nata recém-assados (massa crocante, recheio gostoso) me levaram sem escalas ao querido Portugal. Através do olhar de minha mãe,...
Fazia pouco mais de uma hora que havíamos deixado Belo Horizonte. A caminho de Inhotim, parada providencial num povoado batizado Córrego do Feijão. A fachada do restaurante na praça central anunciava: “comida e estilo da roça”. Estávamos no lugar certo.
Diante do fogão a lenha, um verdadeiro banquete: pernil de porco...
Acomodada no belo quintal do Glouton, eu relembrava as palavras da chef Tanea Romão numa conversa que tivemos em seu restaurante, em Tiradentes, há pouco mais de um ano. “Quando voltar a Belo Horizonte, vá ao restaurante do Leonardo Paixão, que é um dos grandes talentos da nova geração em...
Tempos estranhos esses em que, mesmo nas capitais brasileiras mais devotas dos botecos, é possível atravessar dezenas de quarteirões povoados por bares sem alma, modelo de negócio que aparentemente encontra terreno propício na esterilidade das nossas metrópoles. É assim em muitos bairros do meu Rio de Janeiro. Belo Horizonte não...