Como já tinha adiantado alguns posts atrás, uma das minhas melhores refeições nessa passagem por Paris aconteceu no Chatomat. Uma portinha numa ruela insuspeita do 20ème. Sem chef famoso. Um jovem casal na minúscula cozinha – ela, italiana que já viveu Brasil; ele, francês. Uma só pessoa dando conta da sala (não dá pra chamar de salão). Endereço que, em pouco tempo de vida, vem arrancando elogios da crítica. Esta, uma das duas razões que me levaram ate lá. A outra: é um dos poucos restaurantes abertos nas noites de domingo na cidade.
Fui com a expectativa de um bom jantar, mas encontrei mais que isso. Cardápio enxuto. Matéria-prima de qualidade. Leveza, equilíbrio, sabor. E cocções precisas – o que se percebia especialmente nos vegetais (ecos da passagem da moça pelo L’Arpège?).
Começamos com uma excelente burrata defumada, com cogumelos salteados e corações de alface, crocantes, deliciosos.
Em seguida, aspargos verdíssimos com nacos de jamón de bellota.
Muito gostosas também as salsichas de vitelo grelhadas, acompanhadas de batatas e de ostras – estas não me pareceram encontrar lugar naquele prato; pra mim, o único senão do jantar.
Finalmente, um perfeito faux filet (contrafilé) com aipo-rábano, mousseline de aipo, aspargos e picles de cebola roxa.
Entre as sobremesas, uma aveludada mousse de castanhas, acompanhada de compota de maçãs.
E um crumble de nozes com molho de chocolate, coroado por delicadíssimo sorvete de leite defumado.
Saímos com um sorriso daqueles que só as boas surpresas nos deixam.
Chatomat – 6 rue Victor Letalle - 20ème
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