Depois de uma deliciosa jornada pela Itália, parti pra um pit stop obrigatório em Paris, antes de voltar pra casa - comigo é assim: se eu for à Índia, dou um jeito de voltar por Paris. Além dos restaurantes que visitei, fiz o percurso de sempre por cafés, mercados, confeitarias, padarias... Conto agora por onde andei.
Estive na Bread & Roses, que me parece uma queridinha dos parisienses. Aos pés do Jardim de Luxemburgo, o ambiente é charmoso, acolhedor. Não há como não entrar diante do convidativo e colorido balcão, repleto de pães, doces e tortas salgadas que, certamente, estão entre as mais caras de Paris. Mas, apesar de serem boas, acho que não valem o que custam. Principalmente numa cidade onde com pouco mais de 30 euros é possível fazer uma bela refeição em alguns de seus melhores bistrôs...
Fui conhecer o Breizh Café, crêperie de Cancale, que trouxe a Paris (mais especificamente, ao Marais) seu savoir-faire e exibe um vasto cardápio de crêpes e galettes no melhor estilo bretão, feitos com trigo sarraceno, sempre dourados e crocantes. Como a saborosa galette de presunto, queijo, ovo e confit de cebola, e a crêpe de caramel au beurre salé, finíssima, apenas coberta com fios de caramelo e quenelles de chantilly. Pra que mais?
Amanheci com o croque-monsieur do Café Mabillon, acomodada de frente pro Boulevard Saint-Germain. Uma delícia. Só não sei se faz jus à fama que muitos lhe atribuem de melhor croque-monsieur da cidade...
Revisitei uma das minhas padarias favoritas, a Le Grenier à Pain, em Montmartre, na deliciosa rue des Abesses. Foi ali que comi meu primeiro croissant, na primeira vez em que estive em Paris, lá se vão alguns anos. Ali, comprei-os fumegantes, toda manhã, ao longo das duas semanas em que estive na cidade na época. Portanto, não nego que tenho uma ligação afetiva com o lugar, o que me faz quere voltar sempre. Mas as filas diárias na porta deixam claro que sou apenas uma entre os muitos fãs daquele endereço, que, aliás, abocanhou esse ano o prêmio de melhor baguete de Paris.
Por falar em revisitar, fiz minhas paradas obrigatórias na Ladurée e no Pierre Hermé e, além de muitos macarons, me abasteci do que já é um novo favorito na minha vida: o sablé de chocolate com flor de sal de Hermé. É caro, caro, caro. Mas é também absurdamente bom.
É claro que não sairia de Paris sem ir conhecer as duas pâtisseries mais comentadas do momento.
Na Hugo & Victor, tem-se a sensação de se estar entrando numa imponente joalheria. De fato, cada uma das criações do chef pâtissier Hugues Pouget é tratada e exposta como joia. Um trabalho esteticamente fabuloso. Mas confesso que, do que experimentei lá, apesar de tudo estar bom, nada me entusiasmou.
Já a Pâtisserie des Rêves, uma das confeitarias parisienses mais elogiadas no último ano, essa me impressionou. O projeto é original e surpreendente. Os doces ficam expostos em cúpulas de vidro suspensas pelo teto, o que confere à confeitaria uma bem-vinda ludicidade, que acaba por atrair olhos adultos e meninos, causando em ambos o mesmo encantamento. Li um depoimento de Thierry Theyssier, criador da Maisons des Rêves, grupo a qual pertence a loja, em que dizia que a ideia era a de remeter o "balcão" a um carrossel. Grande ideia, belo resultado. Por trás de tudo, o talento do chef pâtissier Philippe Conticini, que traz os clássicos da pâtisserie francesa sob nova abordagem. O Paris-Brest e a tarte Saint Honoré são, simplesmente, os melhores que comi nos últimos tempos. Recomendo com todas as minhas forças.
Bread & Roses – www.breadandroses.fr
Breizh Café – www.breizhcafe.com
Café Mabillon – 164 Boulevard Saint-Germain – 6ème
Le Grenier à Pain – www.legrenierapain.com
Pierre Hermé – www.pierreherme.com
Hugo & Victor – www.hugovictor.com
Pâtisserie des Rêves – www.lapatisseriedesreves.com
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