Escrevendo sobre o Porto no post passado, me veio à memória um jantar sobre o qual acabei me esquecendo de comentar aqui. Foi no restaurante O Paparico, considerado por muitos um dos melhores da cidade.
O belo salão de paredes de pedra, habitado por mobiliário antigo, é o cenário onde se desenrola uma proposta voltada para o receituário da terra, mas sob a perspectiva de uma cozinha que o aborda com mais leveza e refinamento do que se costuma encontrar na média das casas mais tradicionais – fazendo-se acompanhar de um serviço muito eficiente e simpático, ainda que comandado por um maître um tanto afetado.
Ao chegar, encontramos à nossa espera uma série de entradas já dispostas sobre a mesa que nos fora reservada. Tentação à qual se acaba cedendo, mas que inflaciona a conta do jantar. A copita de cachaço de porco preto, o queijo de Azeitão e a terrine de vitela arouquesa com vinho do Porto valeram cada centavo. Já a salada de bacalhau com torradas de broa de milho e a salada de polvo não eram más, mas nada tinham de especial.
O melhor ainda viria. Mergulhado em azeite e acompanhado de batatinhas, o bacalhau se entregava às lascas, revelando nas pontas uma gostosa crosta com o gosto da brasa. À parte, uma porção de grelos salteados que, em sua simplicidade, era a perfeição.
O arroz de tamboril era caldoso, uma delícia. Os nacos de peixe, tenros e saborosos.
As sobremesas, bolo de castanha com jeropiga (bebida que acompanha as castanhas na festa de São Martinho) e toucinho do céu com sorvete de limão, eram esquecíveis. Me arrependi de não ter pedido, no lugar delas, mais uma porção dos deliciosos grelos.
O Paparico – Rua de Costa Cabral 2343