Ao passar pela banca da Dufte Padaria Alemã numa das últimas edições da feira Junta Local, não houve como não notar os lindos bolos expostos: um de queijo, outro de maçã. Tive vontade de provar os dois, mas, àquela altura, nada mais cabia na bolsa que eu levava.
Guardei o nome do produtor, procurei nas redes sociais, entrei em contato por e-mail. Soube que não tem endereço aberto ao público, mas aceita encomendas. Fiz algumas nas semanas seguintes, a fim de satisfazer a curiosidade que me consumia desde então.
Pelo que experimentei, eu diria que a linha de confeitaria me entusiasmou mais que seu trabalho de panificação. Talvez porque o Rio de Janeiro já tenha evoluído mais nesse último quesito do que no primeiro. Se recentemente a cidade passou a contar com padeiros de primeira grandeza, quando o assunto é confeitaria, não temos tido a mesma a sorte. São raros os endereços a nos salvar da infâmia.
Resta aos inquietos buscar caminhos menos óbvios, como os que me levaram à Dufte.
Seus berliners – sonhos, para os íntimos – são gostosos, mais delicados do que os que costumamos encontrar por aqui. Optei pela versão sem recheio e providenciei o acompanhamento: geleia de morango com amora, feita em casa.
Encomendei também os dois bolos que me desconcertaram naquele primeiro encontro, semanas antes: käsekuchen, bolo alemão feito com queijo quark, mais aerado, menos denso que o cheesecake americano, e apfelkuchen, bolo de maçã, leve e perfumado. Ambos equilibrados, sem exagero de açúcar. Deliciosos.
Trabalhos como esse nos provam que as respostas estão por aí, à espera de que as desvendemos. Se as vitrines que povoam os logradouros públicos, mesmo os supostamente mais privilegiados, nem sempre nos dão o que merecemos, há em nosso socorro as redes sociais e as iniciativas de gente inconformista como a turma da Junta Local. Basta manter os olhos bem abertos.
Dufte Padaria Alemã – https://www.facebook.com/Dufte-Padaria-Alem%C3%A3-1660241080887286/
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