O restaurante inaugurado em 2014 pela chef filipina Tatiana Levha é um símbolo da cozinha jovem e cheia de frescor arquitetada por uma nova geração que vem se estabelecendo em Paris nos últimos anos.
No diminuto e despretensioso salão, comandado por sua irmã, Tatiana apresenta um trabalho inteligente e atual, que transcende fronteiras e promove um diálogo entre diferentes culturas. O enxuto cardápio me revelou pratos vibrantes e cheios de sabor, que se distanciam do lugar-comum.
Couve-flor grelhada com delicioso creme de gergelim.
Wonton de boudin noir com sweet chili. Um belo exemplo da afluência cultural que marca a ementa da casa.
Ovo mollet com caldo de legumes, ovas de truta, ervilhas e pequenos aspargos: exaltação da primavera.
Alcachofras com espuma de especiarias e delicadas cebolas caramelizadas. Não me entusiasmou tanto, talvez por não encontrar o equilíbrio que havia em tudo mais que me foi servido ali.
Finalmente, mais um prato que me pareceu traduzir com brilho a proposta do lugar: lulas, feijões pretos, tinta de lula, repolho roxo.
Experimentamos ainda as duas sobremesas do dia.
A tarte amandine tinha massa firme demais. Os morangos, frescos e suculentos, e um impecável coulis perfumado com baunilha roubavam a cena.
Nos profiteroles, a massa levíssima abraçava um ótimo sorvete de baunilha.
Enxerguei na cozinha do Le Servan a vibração da pluralidade que vem mudando as feições da capital francesa. Sem dúvida, um dos mais interessantes endereços que visitei em Paris recentemente.
Le Servan - 32 Rue Saint-Maur – 11ème