Uma nova geração de padeiros no Rio de Janeiro: Araucária Pães Artesanais e Maison do Zé

Julho 2017

                    “Debulhar o trigo, recolher cada bago do trigo, forjar no trigo o milagre do pão e se fartar de pão”

(Chico Buarque - Milton Nascimento)

 

No Rio de Janeiro de uma década atrás, o que se forjava no trigo estava longe de ser milagre. O panorama da panificação carioca não era exatamente animador. Sempre houve exceções, gente disposta a ir além do baixíssimo padrão reinante. Mas nada que se comparasse à mudança de cenário que teve início há poucos anos com o trabalho sério de algumas padarias artesanais, entre as quais a The Slow Bakery vem se tornando a maior referência. De lá pra cá, felizmente temos visto surgir uma nova geração de padeiros empenhados em tirar de vez a cidade das trevas da panificação.

É o caso de José Pedro Fonseca (ou apenas Zé, como ele prefere ser chamado), Gabriel Magalhães e Tito Pal, da Maison do Zé, e de João Pessanha, da Araucária Pães Artesanais – a quem cedo a palavra no post de hoje. Entre tantos representantes dessa nova geração de padeiros, os que escolhi entrevistar têm trajetórias intimamente ligadas e uma grande afinidade na forma como se relacionam com a gastronomia: seu foco está no constante aperfeiçoamento, na partilha de conhecimento e na democratização do acesso à boa comida. Uma abordagem livre e generosa do ofício, o que, de certa forma, ousa contrariar a lógica de um mercado profundamente competitivo e ainda tão permeado por surrados conceitos de exclusividade e glamour.

Com a palavra, João, Tito, Gabriel e Zé (perdoem o amadorismo do vídeo; o importante é ouvir o que eles têm a dizer).

Araucária Pães Artesanais - vendas na Junta Local

Maison do Zé - Rua São José 35 - sobreloja - n. 227 (no mezanino do Terminal Menezes Cortes). Almoços às quartas-feiras; padaria e sanduíches às sextas-feiras. Vendas também na Junta Local.

por: juliana em 11-07-2017
Ahhh que emocionante! Estudei gastronomia com o Tito Pal! Parabéns colega!!!
por: Fernando Gouvea em 11-07-2017
Delicioso e emocionante o video. Falar em pão, em padeiros com essa "filosofia", meu Deus! É uma emoção só.
A cada pos mais fã seu eu fico.
Estou indo pra Barcelona e vou nos restaurantes que vc indicou e, tenho certeza, vou adorar.
Obrigado
por: Constance Escobar em 11-07-2017
Obrigada, Fernando. Fico feliz.

Ju, colega do Tito, que legal. O mundo é um ovo.
por: Rita Juliano em 11-07-2017
Querida, quando dá muitas saudades, apareces! Coisa boa.
E coincidências: filho, depois do doutorado, quer ser padeiro. Vou mandar, já, a matéria pra ele. Lembras do nosso professor que sonhava com uma geração de brasileiros que realmente fariam pães?
Aí estão. A não concorrência destes guris, demais! Beijo ooo
por: Constance Escobar em 11-07-2017
Rita, que saudade. Viva a nova geração de brasileiros fazendo pães de verdade! Que bom saber que seu filho talvez faça parte dela. Beijo!
por: Simone em 12-07-2017
Que vídeo maravilhoso, emocionante.
por: Constance Escobar em 12-07-2017
Obrigada, Simone.
por: Leila em 20-07-2017
Os pães da Slow são excelentes, mas cara é impossível o preço que eles cobram.
por: Pedro em 22-05-2018
Pães maravilhosos, de verdade, só que apenas para as elites. Coisas deste país estranho. Aqui, até pão, o item mais básico da história da humanidade, vira artigo de luxo.
por: denise em 15-01-2019
Muito bom esse vídeo. Estou fazendo pães de fermento natural em casa e ver essas pessoas mostrando um pouco de suas histórias é mais um incentivo nesse caminho. O pão bem feito e simples tem um valor inestimável.
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