Uma visita ao Mercat de Santa Caterina me parece um programa obrigatório para quem quer que goste de comida e esteja de passagem por Barcelona. O edifício por si só já justifica a visita. É belíssimo o projeto de renovação do arquiteto Enric Miralles, especialmente o ousado telhado de cerâmica, de inspiração modernista.
Nos corredores, não há a diversidade nem a exuberância do Mercat de la Boqueria, o mais emblemático mercado da cidade. Mas, além de ser muito mais vazio – o que lhe garante muitos pontos a favor –, é um ótimo lugar pra se abastecer de queijos, presuntos, embutidos, conservas, azeites... E o espaço mais compacto facilita a vida de pessoas que, como eu, tendem a entrar em transe diante de uma gama muito ampla de possibilidades quando o assunto é comida.
Entre uma compra e outra, aproveitei pra me acomodar em algum dos balcões que há no mercado, só pra não perder a oportunidade do tapeo. Na primeira visita, elegi o Bar Joan, bastante simples, mas autêntico. Embora não tenha experimentado nada especial, é sempre interessante estar entre os locais e familiarizar-se com o que comem corriqueiramente.
Na segunda visita, foi a vez do Cuines Santa Caterina, belo restaurante que abriga um balcão logo na entrada. Claramente voltado pra um público bastante diferente do que frequenta o Bar Joan. Não saí do trivial: pimientos de padrón, tortilla, polvo à galega. Nada digno de nota.
O melhor ali é mesmo perder-se entre as inúmeras bancas, que são um desafio à meta que tenho tentado – sem sucesso – me impor ultimamente: não trazer comida na bagagem nos retornos de viagem. Tenho vários motivos pra me empenhar nisso, entre eles, a habitual tensão no momento de passar pela alfândega. Mas a verdade é que saí do Santa Caterina com a sensação de que preciso mesmo é comprar uma mala maior.
Mercat de Santa Caterina - Avinguda de Francesc Cambó, 16 - Barcelona