Fazia uns três anos que não voltava à Adega Santiago, misto de restaurante e bar de tapas numa esquina insuspeita do Jardim Paulistano. Gostei do lugar desde a primeira vez em que estive ali. Ambiente acolhedor e vibrante, em sintonia com a proposta da cozinha. Comida descomplicada e saborosa, que me soa ideal pra compartilhar noite adentro, de bocado em bocado. Talvez por isso jamais tenha ultrapassado as primeiras seções do cardápio da casa. Enquanto escrevo, eu me dou conta de que, em todas as visitas, sempre me concentrei nas tapas e nos petiscos, nunca cheguei aos pratos mais substanciosos. Na última delas, há pouco mais de um mês, não foi diferente.
Jamais recuso o couvert, simples e bom: amêndoas torradas e ótimas azeitonas. Fácil distrair-se e perder a medida. Sempre perco.
Revisitei os croquetes de pato, que continuam gostosos como me sugeria a memória.
Seguimos com o polvo à tasquinha, com batatas e cebola. Chegou saboroso como sempre, mas desta vez me pareceu afogado em um mar de cebolas – era preciso garimpar os nacos de polvo. Este, pra mim, o único senão do prato.
Pedimos, ainda, uma providencial porção de pimentões assados com azeite e alho.
Não me despeço da Adega Santiago sem churros, sempre gordos, macios, com exterior sequinho e crocante. Dessa vez, a cozinha derrapou e tirou-os do fogo antes do tempo, com parte da massa ainda crua...
A compensação ficou por conta do pudim de queijo com mel e nozes. Delicado, sem exagero no açúcar, massa sedosa. Não fosse o fato de o jantar ter acontecido numa segunda-feira, não ponderaria: teria pedido bis...
Adega Santiago - Rua Sampaio Vidal, 1072 – Jardim Paulistano
http://www.adegasantiago.com.br/