Mal cheguei da França, já segui pra São Paulo, onde passei os últimos dois dias. E cadê tempo pra começar a contar a vocês sobre tudo o que comi na capital francesa nas últimas semanas? Bem, como alguns amigos e leitores – de partida pra Paris e ávidos por dicas – estão me cobrando os posts dessa temporada, resolvi fazer um breve resumo com rápidas impressões sobre boa parte dos lugares onde estive. Curtinhas mesmo. Só pra não deixar na mão quem voa pra lá nos próximos dias. Quem quiser saber mais, vai ter que continuar batendo ponto aqui. Aos poucos, vou contando sobre cada um desses lugares.
Adianto que minhas duas melhores refeições, sem sombra de dúvida, aconteceram no ZE KITCHEN GALERIE, que é uma das cozinhas mais consistentes de Paris, e no novo CHATOMAT, uma portinha insuspeita numa rua sem movimento no 20ème. Num salão menor que a minha sala, serviram-nos comida de bistrô que escapa às obviedades; um jantar sem senões.
Tive um bom almoço – não mais que bom – no CAMÉLIA, de Thierry Marx, no novo Madarin Oriental.
Descobri que o chá da tarde no PLAZA ATHÉNÉE é mais caro do que eu pensava e bem menos interessante do que eu supunha. Nem a presença de monsieur Ducasse no salão diminuiu meu arrependimento. Muito melhor é me acomodar no terraço da PÂTISSERIE DES RÊVES (a filial da rue de Longchamp tem um salão de chá nos fundos), sem a qual não vivo desde que estive lá pela primeira vez, e revisitar a melhor tarte Saint-Honoré e o melhor Paris-Brest de Paris. Ou voltar ao salão de chá da boutique de JACQUES GENIN, pra comer o melhor mil folhas da cidade – ou pra me questionar se o melhor Paris-Brest é mesmo o da Pâtisserie des Rêves...
No AGAPÉ SUBSTANCE, minha impressão foi a de que o chef David Toutain, um dos atuais queridinhos da mídia parisiense, desfila pratos esteticamente impecáveis, mas sem sabor, sem alma. Outra decepção foi o novo bistrô de Yannick Alléno, TERROIR PARISIEN. Fica difícil julgar, pois estive lá no primeiro almoço do primeiro dia de vida da casa. Mas a verdade é que, entre altos e baixos, minha experiência ficou aquém da expectativa que gera um nome como o de Alléno. E, já que estamos falando em desapontamentos, ainda não foi dessa vez que o LE BARATIN revelou a mim os encantos que revela à enorme legião de fãs que coleciona...
Tive um delicioso reencontro com o CAFÉ CONSTANT, que não visitava há alguns anos. O vibrante e acolhedor bistrô de Christian Constant tem cozinha simples, franca, saborosa. Um dos meus endereços prediletos na cidade.
No mais, fiz meus dias ficarem ainda melhores com os queijos que comprava religiosamente na MARIE-ANNE CANTIN, uma das melhores fromageries de Paris, que, por sorte, estava a 3 quadras da casa da vez.
E, last but not least, da série “só os muito tolos ou os muito sábios não mudam de opinião”, PIERRE HERMÉ, com sua linha “Fetish Baba” (edição limitada, em cartaz até 29 de abril), me convenceu de que o baba au rhum, sobremesa que desprezei por anos, merece o meu apreço.
Quer mais? Passa aqui ao longo das próximas semanas...
As atualizações do blog também estão no meu twitter.