Há meses atrás, contei aqui que nas duas vezes em que estive no Eñe (uma em São Paulo, outra na nova filial carioca), não saí exatamente entusiasmada. Queria voltar pra tirar a prova dos nove. Dia desses, voltei.
O cenário da casa carioca, que fica praticamente debruçada sobre as areias da praia de São Conrado, é inspirador.
O salão, além de lindo, não poderia estar mais integrado ao entorno, o que se percebe melhor à luz do dia. Os janelões de vidro permitem que a luz natural invada o ambiente e a paisagem se fique ainda mais presente. A orla do Rio de Janeiro, tão mal aproveitada, precisa de mais restaurantes que a valorizem assim.
Fizemos uma seleção de tapas quentes. A famosa e boa versão das batatas bravas, aparentemente inspiradas nas de Sergi Arola. Mais uma versão de uma tapa tradicional, o polvo à galega, esta, no entanto, não tão bem sucedida. A batata estava insossa, o polvo também pedia mais de sabor. E puxar os dois juntos no palitinho não era das tarefas mais fáceis, talvez porque a batata estivesse pouco macia.
As croquetas de jamón estavam uma delícia. E os ravioles de castanha com foie gras eu continuo achando uma das melhores coisas da casa.
Para o principal, a vontade era de arrozes. Arroz negro com lulas e lagostins. Arroz de pato com feijão Santarém. Ambos muito bons.
Para encerrar, turrón gelado com amêndoas, simples e bom. E a esfera de chocolate com café e laranja, que era divertida e até gostosa, mas seria melhor se o molho fosse mais espesso e com sabor de café mais pronunciado.
Saí do Eñe com a mesma sensação das outras visitas. A de que se trata de um bom restaurante, mas não mais que isso. Talvez a dificuldade seja minha, mas ainda não consegui enxergar na casa os atributos que justifiquem os elogios rasgados da crítica. Quem sabe o tempo ainda me convença do contrário...
Eñe – Av. Prefeito Mendes de Moraes 222
(no hotel Intercontinental) – São Conrado
www.enerestaurante.com.br