2010 foi um belo ano, mas trouxe aquele pacote básico de dores de cabeça que todo ano traz. Faz parte. Então, na reta final, pra enterrá-las junto com o ano que findava, fui renovar a alma na Pousada da Alcobaça, um dos meus lugares favoritos no mundo. Dois dias apenas. Um breve hiato no correr da vida. O suficiente pra respirar fundo, colocar as coisas em perspectiva, longe dos ruídos da rotina urbana que tantas vezes nos desviam do que é, de fato, essencial.
Já tinha estado algumas vezes na Alcobaça. Um dos meus programas prediletos é pegar a Rio-Petrópolis pra ir almoçar lá, andar um pouquinho por aqueles jardins invejáveis e, então, voltar pra casa no fim do dia. Gosto especialmente das feijoadas de sábado, como já tinha contado aqui. Mas, até poucos dias, jamais havia dormido lá. Não sabia como era poder estar ali por mais do que alguns pares de horas. Pois eu lhes digo que o melhor não é nem dormir, mas acordar na casa de Dona Laura Góes. Arriscaria dizer que não deve haver muitas maneiras melhores de se começar um dia do que com o café da manhã da Alcobaça - que, para o bem de todos, é aberto também a não hóspedes.
O cenário ajuda. Mesas cobertas de toalhas xadrez. Fartos arranjos de flores, desses que não brotam de quaisquer mãos, mas apenas daquelas que guardam um talento especial pra lidar com as coisas da natureza. Janelas abertas pra belos jardins.
O que sai da cozinha é comida que conforta a alma. Ovos amarelinhos. Torradas feitas de pão Petrópolis. Bolos deliciosos. Geleias artesanais (a de laranja é de perder o juízo). Panquecas gordas com xarope de maple.
Depois do banquete, nada mal espichar as pernas na linda horta. De olhos bem abertos, pra não perder as pequenas joias espalhadas pelo caminho...
Não duvido que haja maneiras melhores de se começar um dia. Apenas, nesse momento, não me ocorrem muitas.
Pousada da Alcobaça - Rua Agostinho Goulão 298 – Corrêas - Petrópolis
www.pousadadaalcobaca.com.br
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